quarta-feira, 18 de abril de 2012

Governo pretende fechar outros cinco lixões no Rio de Janeiro

Objetivo é ajudar na despoluição da Baía de Guanabara

 A Baía de Guanabara estará livre de lixões em seu entorno até o fim deste ano. Com o fechamento do Aterro Sanitário de Gramacho, em Duque de Caxias, previsto para o próximo mês, o secretário de Ambiente do Rio, Carlos Minc, afirmou em entrevista que pretende terminar com mais cinco lixões na região, localizados nos municípios de Magé, Queimados, Japeri, Miguel Pereira e Guapimirim.

Segundo Minc, o lixo que hoje é jogado nesses locais será levado para aterros sanitários legalizados, deixando de poluir a Baía de Guanabara.

— Cada lixão desses gera uma grande quantidade de chorume, que retira o oxigênio da água. Vai ser um importante ganho para a baía o fim de todos os lixões, tanto ambientalmente como socialmente.

A prefeitura do Rio anunciou também que decidiu adiar para maio o fechamento do Lixão de Gramacho, após reunião no Banco de Desenvolvimento Econômico e Social entre o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e representantes dos catadores.

Ficou acertado que a prefeitura do Rio vai pagar em parcela única os recursos do Fundo dos Catadores, que originalmente seriam pagos ao longo de 14 anos em parcelas anuais de R$ 1,5 milhão. Também foi decidido que os representantes dos catadores têm até 25 de abril para informar a relação de quem terá direito aos recursos.

Os catadores deverão abrir conta individual na Caixa Econômica Federal para o recebimento da parcela única, que será depositada no mês de maio. Os catadores terão direito a uma indenização individual em valor que ainda será definido, podendo girar em torno de R$ 15 mil, dependendo do número de beneficiados.

O objetivo é que os antigos catadores e suas famílias façam cursos profissionalizantes para que possam trabalhar em outros setores ou participem de cooperativas de reciclagem. O bairro de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, será totalmente reurbanizado, com a construção de novas casas para abrigar os catadores. Para isso também será utilizada verba da venda de créditos de carbono, com a utilização do gás metano, que deixará de ser jogado na atmosfera e hoje representa um dos principais componentes do aquecimento global.

Minc anunciou a criação de um conselho gestor para administrar o dinheiro que será obtido com a venda do gás metano e que será distribuído entre os cerca de 1.500 catadores que hoje vivem da reciclagem em Gramacho. Segundo o secretário, a quantidade de metano acumulada no local é suficiente para abastecer todo o consumo residencial da cidade do Rio durante cinco anos.


 

Magé acaba com lixão e monta Central de Tratamento

 O tratamento de lixo é uma realidade em Magé. Depois de mais de 30 anos com o "lixão" ativo, o município hoje tem uma Central de Tratamento de Resíduos, a CTR Bongaba, o primeiro aterro sanitário municipal a ser licenciado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Durante mais de três décadas sendo autuada por não tomar providencias sobre o descarte irregular do lixo, a cidade saiu do caos que passava com a falta de tratamento.

O local do destino final dos resíduos sólidos do município fica ao lado de duas Áreas de Proteção Ambiental (APA), e sem o tratamento adequado verificado antes, todo o entorno foi prejudicado. O descarte ilegal causava a degradação, poluía o solo, o ar e a água, causando também uma situação de risco de saúde pública, além das diversas ocorrências de incêndio no local e de acidentes dentro e fora do aterro. A BR-116 fica a pouco mais de 200 metros do aterro, e nos casos de incêndio a visibilidade na pista era comprometida pela fumaça.

O aterro hoje está passando por uma operação de remediação dos 30 anos em que o lixo foi depositado sem nenhum cuidado. Enquanto o aterro continua recebendo os resíduos, trabalha também pela recuperação, tratando todo o lixo acumulado. Segundo o secretário Municipal de Meio Ambiente, Claudio Furtado Cosentino, a situação mudou muito e para melhor.

- Foram muitos anos só recolhendo o lixo e despejando no lixão. Foi preciso uma operação emergencial, para tratar o excesso. Hoje, recebemos os resíduos e o tratamos - explicou.

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