quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Corregedoria desvenda esquema de propina na delegacia de Piabetá


A partir de investigação policial iniciada pela Corregedoria Interna de Polícia Civil (Coinpol), um delegado de polícia, seis inspetores e um homem que fingia ser policial foram denunciados por formação de quadrilha armada, concussão, corrupção passiva e usurpação de função pública  pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro.
O grupo era lotado na  66ª DP (Piabetá) e, segundo a denúncia, atuava exigindo dinheiro de comerciantes e prestadores de serviço da região. A cobrança de propinas do bando começou em fevereiro do ano passado, de acordo com as investigações, depois que um dos inspetores, ao ser transferido da delegacia, repassou o esquema a esses policiais.
De acordo com a denúncia, o delegado Carlos Alberto Quelotti Villar, à época titular da 66ª DP, chefiava as ações dando ordens aos seus agentes policiais. Heldongil Azevedo Aleixo, conhecido como Cigano, descreve a denúncia, tinha livre acesso às dependências da delegacia e agia como se fosse policial, utilizando inclusive armas de fogo. Segundo as investigações, na divisão de tarefas do grupo, Renato e Edmundo, lotados no Setor de Investigações, atuavam como homens de confiança do delegado, sendo responsáveis pela operacionalização do esquema de corrupção.
Cigano, segundo a denúncia, era o único do bando a manter contato pessoal com as vítimas, utilizando-se muitas vezes da arma para intimidá-las e cobrava as propinas mensalmente, com valores que variavam entre R$ 100 e R$ 400. Proprietários de ferros-velhos; depósitos de gás, lan houses e mototaxistas eram os alvos preferidos dos policiais de acordo com as investigações.
De acordo com o corregedor Interno da Polícia Civil, delegado Gilson Emiliano, os policiais responderão processo disciplinar, cuja pena pode ser a demissão. Todos os envolvidos foram presos, na manhã desta quinta-feira, em suas residências, em cumprimento a mandado de prisão preventiva, expedido pela Justiça, e encaminhados para o presídio Bangu 8.
Fonte: Jornal do Brasil

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