quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Primeiro time de Garrincha, Pau Grande atrai estrangeiros e tenta sobreviver pela imagem do ídolo

Na próxima semana o mito do futebol brasileiro Garrincha completaria 79 anos se estivesse vivo. O bicampeão mundial pela seleção será lembrado neste sábado, em homenagem promovida pelo seu primeiro time, o Pau Grande. E é escorada na imagem do craque das pernas tortas que a pequena e centenária agremiação da cidade fluminense de Magé luta atualmente para sobreviver, apostando no interesse estrangeiro por Mané.



Com 104 anos, o Esporte Clube Pau Grande recebe familiares de Garrincha, amigos do ídolo e ex-jogadores, como Afonsinho (Botafogo e Santos), na homenagem marcada para as 10h deste sábado na sede do clube, com apoio da Prefeitura de Magé.

 Antes de brilhar pelo Botafogo nos anos mais românticos do Maracanã, Garrincha vestiu o branco e preto do Pau Grande. Ainda adolescente, defendeu o time de sua cidade em divisões juvenis por cinco anos.

Hoje, com o orgulho da passagem de Garrincha em sua juventude, o Pau Grande luta para seguir existindo no amadorismo, competindo em torneios municipais e regionais. 

"Nós assumimos o clube em 1º de janeiro deste ano, estava uma bagunça. Estamos levantando ele, colocando nos trilhos, trabalhando a divisão de base, fazendo um projeto social. O futebol é não-profissionalizado. Para você ter uma ideia, regularizamos a situação do clube na Receita Federal estes dias. Só agora vamos tentar articular alguns patrocínios, abrir conta em banco, essas coisas", diz Edivar Oliveira Arrabal, diretor financeiro do Pau Grande.

"Queira ou não, foi o lugar onde o Garrincha deu os seus primeiros passos. O time onde o Pelé começou virou um supermercado [antigo campo do BAC, em Bauru]. Mal ou bem a gente consegue segurar o time, divulgar o nome do Garrincha", acrescenta.

Segundo o dirigente do Pau Grande, representantes do clube entraram em contato recentemente com o Botafogo e com familiares do ex-jogador para estudar possíveis incentivos. Arrabal diz que existem restrições de imagem a serem debatidas com as filhas do ídolo [o escritor Ruy Castro enfrentou problemas na Justiça em conhecido caso contra parentes de Mané, que alegavam que o jornalista atuou sem autorização e feriu a memória do ponta na biografia "Estrela Solitária"].

O dirigente relata ainda que atualmente o escritor francês Dominique Pascal está em Magé no trabalho de produção de um livro sobre Garrincha. A expectativa do clube é que o ciclo de Copa das Confederações 2013 e Mundial 2014 leve à cidade mais estrangeiros interessados na história e legado do ponta. E o Pau Grande quer se preparar.

"A Copa do Mundo está aí, Copa das Confederações. Acredito que deve haver uma procura dentro direcionada pelo clube, pelo local onde o Garrincha nasceu", afirma o diretor do Pau Grande. 

Um dos maiores nomes da história da seleção, Garrincha disputou três Copas e ganhou duas delas, em 1958 e 1962. No Mundial do Chile, com Pelé machucado nas primeiras partidas, saiu consagrado como o melhor jogador da disputa. O ídolo do Botafogo morreu em 20 de janeiro de 1983, aos 49 anos, em decorrência de excessos no consumo de álcool.

Fonte: UOL

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